SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SEGUE PREPARANDO PROFISSIONAIS PARA ATENDER CASOS DE DENGUE

O número de casos de dengue vem aumentando expressivamente em Santa Catarina nos últimos anos. Por isso, a Secretária de Estado da Saúde por meio da Superintendência de Urgência e Emergência realizou uma web aula para todos os profissionais da saúde com o objetivo de apresentar o cenário epidemiológico, diagnosticar e intervir precocemente, tratar adequadamente e orientar os pacientes.

 

dengue

 

O principal papel da rede de urgência e emergência frente a doença é evitar o óbito, pois a dengue pode evoluir rapidamente para casos graves, especialmente se não for identificada e tratada precocemente.


“A dengue é uma doença infecciosa, endêmica (calor e chuva), aguda, sistêmica e dinâmica, que pode apresentar um amplo espectro clínico e variar de casos assintomáticos a graves, podendo evoluir à óbito”, explica o médico Antônio Augusto de Santana, infectologista e intervencionista do SAMU.


De acordo com os dados apresentados por Antônio Augusto durante a aula, em relação aos óbitos em Santa Catarina, em 2016 tivemos dois óbitos, 2022: 90 óbitos, 2023: 98 óbitos. Quanto ao perfil dos óbitos a incidência ocorre no sexo masculino acima dos 60 anos e feminino acima dos 30 anos. As comorbidades mais frequentes entre os óbitos de dengue, independente de grupos etários, foram a hipertensão e o diabetes.


A doença pode ser assintomática ou pode evoluir até quadros mais graves, como hemorragia e choque. Na chamada dengue clássica, que deve ser notificada, a primeira manifestação é febre alta (39° a 40°C) e de início abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tonteiras, vômitos e erupções na pele (semelhantes à rubéola), que pode durar de cinco a sete dias (máximo de 10).


“O tratamento é realizado a base de analgésicos e antitérmicos e pode ser feito no domicílio, com orientação para retorno ao serviço de saúde. Também são indicados hidratação oral com aumento da ingestão de água, sucos, chás e soros caseiros”, ressalta o infectologista Antônio Augusto.


Ele destaca que não devem ser usados medicamentos com derivados do ácido acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios derivados, por aumentar o risco de hemorragias. No que se refere à dengue hemorrágica, o tratamento é realizado a partir de internação hospitalar do paciente.


Nos casos graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória.


A dengue hemorrágica não tem relação com a baixa imunidade do organismo infectado. As formas mais graves poderiam estar associadas a uma “excessiva” resposta imunológica do organismo ao vírus, causando uma espécie de hipersensibilidade que acarretaria na produção de substâncias responsáveis pelo aumento da permeabilidade vascular.

 

Daniela Melo

Assessora de Comunicação SAMU